Com um helicóptero que fará imagens usando uma câmera infravermelha, a Receita Federal começou a sobrevoar ontem o interior de Minas Gerais. O objetivo é identificar imóveis de luxo construídos, principalmente, próximos a balneários ou em condomínios afastados e que não recolheram a contribuição previdenciária sobre as obras.
A operação também permitirá saber se houve sonegação no Imposto de Renda. Para isso, a Superintendência da Receita em Minas analisará se o patrimônio do proprietário cresceu acima do que ele declarou no IR. Mais de 2 mil imóveis tiveram as informações cruzadas e podem ter deixado de render milhões de reais em impostos e contribuições.
A operação, denominada "Grifo 2", começou pelo Centro-Oeste, envolvendo a área abrangida pela Delegacia da Receita Federal de Divinolândia (MG), mas também englobará até o dia 16 deste mês outras regiões como o Sul do estado e o Triângulo Mineiro. A intenção é regularizar as obras e para isso está sendo usado um helicóptero modelo EC-135, que começou a sobrevoar 90 construções localizadas nas cidades de Divinópolis, Capitólio, Formiga, entre outras. Problemas com a falta de documentos ou informações erradas para reduzir o pagamento de impostos podem gerar multas aos proprietários e processo por sonegação.
Todas as imagens feitas pelo helicóptero serão comparadas com fotos de satélite, sendo os dados cruzados com as informações fornecidas à Receita, além do que pode ser obtido em prefeituras e cartórios imobiliários. Em abril de 2013, durante a Operação Grifo 1, houve um aumento de R$ 158 milhões na arrecadação da contribuição previdenciária no setor da construção civil na região abrangida.
Os contribuintes com problemas nos imóveis que quiserem se antecipar à operação podem fazer a consulta no site www.receita.fazenda.gov.br, no item "construção civil".