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Glossário do empreendedor: o que é hackathon
Data da postagem: 10-09-2016
Conheça a expressão criada para designar eventos de curta duração em que empreendedores solucionam desafios tecnológicos de grandes empresas
 
Nos últimos anos, as grandes empresas têm percebido que inovar apenas com as próprias forças é extremamente árduo.
 
Primeiro: as empresas não possuem as melhores e mais diversificadas mentes em seu quadro de funcionários – e pessoas são o maior ativo para gerar inovação. 
 
Segundo: mesmo capacitados, os funcionários operam dentro da lógica, muitas vezes pouco flexível, de uma grande corporação, com governança e processos rígidos, e pode haver o receio generalizado de trocar o que é velho, mas ainda dá certo, pelo risco de inovar.  
 
Para desatar esse nó, muitas companhias estão buscando práticas de inovação aberta – cooperações com universidades, institutos de pesquisa, fornecedores e clientes para solucionar desafios e inovar. 
 
Entre as práticas colaborativas mais usadas recentemente está o hackathon, que se traduz por encontros intensivos em que uma empresa propõe um desafio tecnológico que deve ser solucionado por startups e desenvolvedores em um curto período, geralmente, de um a três dias.
 
Uma boa maneira de oxigenar a empresa por meio da cultura de risco, experimentação e soluções ágeis.
 
IMPACTO NAS EMPRESAS
De acordo com Pedram Keyani, diretor de engenharia de crescimento do Uber e ex-diretor do Facebook, onde realizou mais de 40 hackathons, a proposta de construir um produto que se prove minimamente viável dentro de um prazo apertado demanda escolhas difíceis e constantes e encoraja a criatividade. 
 
“Restrições são um multiplicador de força notável para a inovação”, diz o executivo, autor de um artigo a respeito do tema. 
 
Uma das orientações de Keyani para empresas que desejam realizar um hackathon é criar previamente um arquivo compartilhado para que os participantes, que já deverão ter conhecimento do desafio, apresentem ideias e listem quais tipos de habilidades possuem e quais companheiros de time estão em busca. 
 
Isso os encorajam a formar equipes e começar a trabalhar espontaneamente – o que Keyani denomina como “autogerenciamento orgânico”. 
 
As ideias que nascem em um hackathon não precisam ser, necessariamente, inovações disruptivas – o que é aceitável, nas palavras de Keyani.
 
O objetivo de um hackathon é criar experimentação sem medo de errar, o que faz nascer descobertas menos óbvias, mas igualmente importantes, fortalecendo a cultura de inovação na empresa.  
 
Em março passado, a L’Oréal realizou o hackathon Beautyhack. O evento teve 108 startups inscritas, das quais 15 foram selecionadas para desenvolverem aplicativos móveis para quatro áreas estratégicas da empresa. 
 
O projeto vencedor foi o da startup paranaense Neomode, que propôs um aplicativo para integrar os canais de venda e distribuição, on e off-line, dos produtos da marca de cosméticos Maybelline. 
 
O app possui uma loja virtual e funcionalidades como consulta antecipada a disponibilidade de produtos em quiosques e lojas físicas, sistema de reserva de produtos e conteúdo desenvolvido por consultoras de beleza. A startup recebeu um prêmio de R$ 100 mil para desenvolver o aplicativo. 
 
Alguns modelos de hackathon são focados na exploração de dados livres – e o desafio é usar a informação para criar soluções úteis para a sociedade. Esse formato tem sido usado por órgãos governamentais. 
 
No ano passado, a consultoria Futura Networks, com apoio da Prefeitura de São Paulo, criou o Hackathon SP Interativa, para escolher aplicativos relacionados aos serviços de iluminação, limpeza urbana e wifi livre na cidade de São Paulo. 
 
Foram disponibilizados aos participantes dados do Departamento Municipal de Iluminação Pública, como os protocolos de atendimento ao consumidor, e dados da Coordenadoria de Conectividade e Convergência Digital.
 
Um dos aplicativos vencedores mostra um mapa de todas as praças WiFi Livre da cidade e informações técnicas, como o número de acessos e velocidade de rede. 
 
ORIGEM 
O termo hackathon nasceu da junção das palavras em inglês hack e marathon, que em livre tradução pode ser entendido como uma maratona de programação de hackers, pessoas com profundo conhecimento em tecnologia, sistemas e programas de computação.
 
A prática teve início com a popularização de empresas de internet, no final da década de 1990. 
 
O filme A Rede Social, que conta a história do Facebook, mostra rapidamente um tipo de hackathon deturpado – numa cena, jovens programadores provam seus conhecimentos para conquistar vagas de trainee na empresa de Zuckerberg. O desafio: hackear um servidor enquanto consumem bebida alcoólica. 

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