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Networking: como criar conexões que abrem portas e fecham novos negócios
Data da postagem: 30-11-2018
Sócios, investidores, clientes, parceiros e mentores: todos eles chegam até você por meio de conexões. Por isso, fazer networking é mais do que colecionar contatos, é criar e nutrir uma rede de pessoas com quem você pode contar. 
 
Você chega às 7h e sai às 20h. Vai da empresa para casa, de casa para a empresa. Parece distante se imaginar participando de um happy hour com outros empreendedores, tirando um dia para um evento do seu setor ou marcando um café no meio da tarde com alguém. Mas são hábitos como esses que 0 conectam a pessoas e ideias que ampliam sua visão de mundo — e o ajudam a enxergar seu próprio negócio por uma nova perspectiva.
 
O empreendedor que enxerga o valor estratégico do networking tem mais facilidade em conquistar novos clientes, se conectar a investidores, validar sua ideia com especialistas do mercado e, sobretudo, ser ajudado nos desafios do seu negócio.
 
Marcelo Romcy, Empreendedor Endeavor da Proteus, costuma contar uma história que representa bem esse poder que a rede tem de abrir portas. No caso da Proteus, a rede que ele construiu o ajudou até a abrir uma nova unidade de negócio.
 
“O conselheiro de um cliente nosso também era conselheiro de uma empresa árabe. Por gostar do nosso trabalho, ele acabou nos conectando com o empreendedor dessa empresa. Falamos com ele por telefone uma vez, fechamos negócio e ele se tornou o nosso primeiro cliente em Dubai. A partir daí, ele nos indicou a outros clientes da região. Essas indicações influenciaram diretamente nossa estratégia de expansão, a ponto de decidirmos abrir um escritório em Dubai tempos depois. E tudo isso só foi possível porque uma pessoa nos conectou a outra, que nos conectou a outra…”
 
Para muitos empreendedores, networking é consequência, não prioridade. O grande desafio está em valorizar a construção contínua dessa rede e tratá-la de forma estratégica: entender de quem você quer se aproximar, com qual objetivo e o que pode oferecer em troca. Para isso, antes de tudo, comece entendendo o que não fazer.
 
O melhor jeito de (não) fazer networking
Enxergar o LinkedIn como o Facebook profissional
 
O LinkedIn pode ser visto como uma agenda de telefone moderna, colecionando contatos e centralizando o relacionamento. Muita gente vai a um evento, pega o cartão, adiciona no LinkedIn e acredita que assim está montando sua rede. Mas, na prática, a rede só importa se aquela pessoa se lembrar de algo positivo que você já fez.
 
Dizer que você tem uma rede baseado no número de conexões do LinkedIn é o mesmo que dizer que tem centenas de amigos só pelo número de pessoas adicionadas no Facebook
 
Está nas suas mãos filtrar os convites que recebe todos os dias para ter conexões com mais significado. Assim, quando alguém pedir para ser conectado com uma pessoa que está no seu LinkedIn, você saberá avaliar se essa conexão seria positiva para os dois lados. Quando você mal conhece as pessoas que estão ali, não consegue extrair o benefício que a rede oferece.
 
Procurar as pessoas somente quando você precisa de algo
 
Contribuir ativamente com a rede dá crédito e legitimidade a você. Não apenas porque essa é a forma mais gostosa de criar laços e nutrir relacionamentos, mas também porque é a forma mais eficiente. As pessoas mais utilitaristas têm uma história curta no mercado.
 
Nesse sentido, uma conexão por e-mail que você faz, uma indicação de vaga, um artigo que você leu e lembrou de alguém ou um café marcado para ajudar outro empreendedor em seus desafios são pequenas ações que estão ao seu alcance, exigem pouco investimento de tempo e podem criar um sentimento de gratidão duradouro em quem é ajudado. Mesmo que você não receba nada em troca imediatamente.
 
Deixar de responder as pessoas por e-mail
 
Deixar as pessoas sem resposta atrapalha o networking. Mesmo que não seja imediatamente interessante para você ou pareça um incômodo, negativas educadas e respostas gentis constroem uma imagem positiva, que vai se espalhando por onde estiver. A pior coisa é ouvir: “Mandei um e-mail para ele, e nunca me respondeu.”
 
Se você recebe com frequência e-mails muito semelhantes de fornecedores e parceiros, por exemplo, crie templates de respostas para que não fiquem parados. Em muitos casos, existem aplicativos que identificam quantas vezes a pessoa abriu e leu o mesmo e-mail, mesmo sem respondê-lo. Seria como visualizar e não responder no Whatsapp: a pessoa sabe que você viu e escolheu não dar uma devolutiva.
 
Perder a oportunidade de deixar uma marca
 
Muitas vezes, aquele cara que entra dando cotoveladas para trocar cartão é o que esquece a oportunidade de deixar uma marca. De certa forma, o empreendedor precisa desenvolver uma simpatia genuína no relacionamento com os outros. De um jeito natural, o que mais cria conexão é o brilho no olho.
 
Encante as pessoas falando da sua empresa, essa é a energia que você precisa transmitir.
 
Comece perguntando aos amigos mais próximos qual é a primeira impressão que você deixa, baseado nas experiências deles. Com esse diagnóstico, identifique como você pode melhorar a postura, a fala ou a sua introdução para gerar um sentimento positivo em quem te escuta. Invista também na construção de um pitch sobre a sua empresa que seja rápido, claro e interessante.
 
A fala certeira, rápida e que mexe com as pessoas deixa uma marca muito maior do que qualquer cartão envernizado.
 
Falar mais do que ouvir
 
Quando você tem nas mãos poucos minutos em um evento, no elevador ou no corredor, é natural que você queira se apresentar, falar de sua empresa e de seu produto. Porém, cuidado para que a conversa não se torne um monólogo. Faça perguntas relevantes, demonstre o interesse nas respostas e conecte-se de verdade com a fala, a postura e o jeito da outra pessoa.
 
A ansiedade pode fazer com que você perca a oportunidade de ouvir, já que você pode ficar ocupado demais pensando sobre o que dizer a seguir.
 
No momento em que você se conecta com o que o outro diz, consegue entender melhor seu jeito de ser e sua personalidade — mais direto ao ponto ou idealista, tímido ou expansivo, por exemplo. Dessa forma, pode adaptar sua própria fala a esse estilo, diminuindo ou aumentando a velocidade da sua fala, cortando ou estendendo o assunto e direcionando a conversa para atingir seu objetivo, seja a troca de cartão, um café marcado ou um convite.
 
3 passos para desenhar sua estratégia de networking
Levam-se anos de experiência e dezenas de crachás de eventos, mas os empreendedores com uma rede de contatos fortalecida são aqueles que tratam o networking de forma estratégica.
 
  1. Eles sabem o que querem: sair do ponto A e chegar ao ponto B;
  2. Mapeiam o universo de pessoas que podem ajudá-los nisso: clientes, fornecedores, mentores, investidores ou potenciais colaboradores;
  3. Abordam essas pessoas de forma metódica mostrando a importância que podem ter nessa jornada.
 
Para isso, usam eventos, reuniões, almoços e encontros inesperados de forma consciente, sabem como vender o próprio sonho e são assertivos naquilo que buscam.
 
Práticas de networking para começar agora
Foque na profundidade das relações, em vez de investir só na abrangência da rede
 
Essa é uma arapuca muito grande: achar que você tem uma rede, quando tudo o que você tem é uma lista de contatos. Por isso, compartilhamos aqui algumas práticas bem simples indicadas por Empreendedores Endeavor — e que podem fazer parte da sua rotina.
 
1) Compartilhe o que você está lendo
 
Quando você receber uma newsletter interessante, ler um artigo ou ver um vídeo que possa interessar alguém da sua rede, envie para essa pessoa de forma personalizada.
 
No e-mail ou na mensagem de WhatsApp, faça questão de dizer:
 
“Lembra que você comentou isso comigo? Talvez isso seja interessante pra você.”
 
Em vez de compartilhar o artigo pelo Facebook ou LinkedIn, coisa que você também pode fazer, esse tipo de mensagem nutre de forma mais significativa as relações que você constrói.
 
2) Faça almoços, cafés e reuniões pequenas
 
Em vez de fazer com uma única pessoa, reúna duas ou três para dar mais vida ao encontro. As duas pessoas que não se conheciam acabam começando ali uma relação em que você é o conector. Nesses casos é preciso ter uma sensibilidade extra para fazer o ‘matching’, mas com certeza é uma prática mais eficiente do que uma introdução por e-mail.
 
3) Esteja disponível pra ajudar as pessoas quando elas mais precisam
 
Quando uma pessoa está em transição de carreira ou iniciando um novo negócio, por exemplo, está mais vulnerável a qualquer tipo de ajuda. Esse é um momento em que uma dica ou uma conexão podem ter um impacto gigante. Às vezes, três minutos para pensar em quem são as pessoas da sua rede que podem ajudá-la já fazem diferença para aprofundar sua relação.
 
4) Use cada pessoa que você conhece para conhecer uma nova
 
Comece com a rede que você já tem hoje: clientes atuais, antigos sócios ou mesmo amigos que fizeram faculdade com você. Use cada uma dessas pessoas para expandir sua rede. Quem eles conhecem que poderia ser um potencial investidor? Será que seu cliente atual não pode  indicá-lo para um novo? E o amigo da faculdade, será que pode contratá-lo como fornecedor?
 
 5) Faça sempre o follow-up depois do primeiro contato
 
Envie um e-mail agradecendo pela conversa, mas inclua sempre uma proposta de ação no final para engrenar a conversa. Se você conversou com alguém em um evento sobre um desafio específico da sua empresa, lembre-se de mandar uma mensagem depois contando o que você fez depois da conversa, mas não pare por aí. Se for uma mensagem de atualização, poderá se encerrar com uma resposta de agradecimento. E nunca mais vocês vão se falar. Aproveite para convidar a pessoa para um café, com a intenção de aprofundar a conversa, ou faça mais uma pergunta que surgiu depois quando você estava refletindo sobre o assunto.
 
6) Faça dos eventos que você participa uma fonte de novos contatos 
 
Se você quer conhecer novas pessoas, tem que ir aonde as pessoas se encontram. Hoje, existem infinitas oportunidades para fazer networking, mas isso não significa que você precise abraçar todas:
 
  1. Mapeie os eventos mais conhecidos do seu setor: feiras, convenções, simpósios, festivais, hackathons, palestras ou meetups
  2. Liste seu objetivo e o tipo de pessoa que você deseja conhecer: novos clientes, possíveis fornecedores ou investidores
  3. Faça uma lista daqueles eventos que são mais estratégicos para você participar, de acordo com a presença dessas pessoas
  4. Saia de casa, antes do evento, com uma lista de quem gostaria de conversar, mas também deixe espaço para conhecer novas pessoas por meio da indicação de conhecidos ou da oportunidade que surgir ao longo do evento
  5. Vá com o pitch na ponta da língua e veja essa conversa como a primeira camada de conexão. Se for positiva, é provável que você trocará cartões com a promessa de voltarem a se falar por e-mail ou pelo LinkedIn.
 
Muitas vezes, imerso na rotina da operação do seu negócio, o empreendedor deixa passar datas importantes em que o mercado se reúne para falar das tendências, fechar novos negócios e dar o tom do que está acontecendo no mundo para sua empresa ficar conectada. Nessa troca com o ambiente você entende o movimento da concorrência, a oportunidade de crescimento da sua empresa e, mais importante, como sua estratégia reflete a velocidade do mercado.
 
Além disso, as comunidades, associações, espaços de coworking e grupos de interesse são excelentes catalisadores para você descobrir novos contatos, se aproximar de grandes nomes do mercado e aprender com quem vive uma jornada parecida com a sua.
 
Cada empreendedor, com o exercício e a repetição, vai criando seus rituais e hábitos de conexão com a rede, muito próprios da sua personalidade. Seja qual for a sua marca, garanta apenas que, sempre que alguém se lembrar de você, tenha algo de bom para contar.

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