A ampliação de crédito, especialmente, para pequenas e médias empresas (PME), pode vir da regulamentação das duplicatas escriturais pelo Banco Central (BC), que representa recebíveis de vendas a prazo.
Apesar das estimativas, o setor vê potencial de R$ 15 trilhões por ano em duplicatas, com até metade disso podendo ser convertido em operações de crédito.
Vale destacar que o desconto de duplicatas é muito usado por pequenas empresas para se financiar. No entanto, a falta de transparência inibia a oferta de recursos por bancos e investidores, o que acaba deixando o mercado aquém do seu potencial.
Atualmente, não existem dados consolidados sobre o segmento. De acordo com informações do BC, no mês de julho, o estoque de operações de desconto de duplicatas e recebíveis estava em R$ 158 bilhões, queda anual de 5,8%. A modalidade foi afetada pelo choque no crédito depois do caso Americanas.
Entretanto, esses números compõem apenas parte dos negócios desconsiderando, por exemplo, duplicatas dadas em garantia em outras operações, até mesmo o que é negociado em fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs).
Vale ainda dizer que, apesar do potencial, o impacto no mercado não será imediato, dado que o processo de implementação será longo.
Os textos publicados pelo BC e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) acabam dando o passo inicial para a entrada em vigor, porém as etapas se estenderão pelos próximos anos e, se todos os prazos máximos forem usados, terminarão apenas em 2027.