Avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom) é que a inflação está mais favorável que o esperado, mas cenário externo é incerto
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (30/11) a nova redução dos juros básicos da economia (Selic), de 0,25% ponto percentual.
A taxa, que estava em 14% ao ano, caiu para 13,75% ao ano.
No mês passado, o comitê também reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, a primeira queda em quatro anos.
Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), classifica como correta a decisão do Copom de diminuir a taxa básica de juros em 0,25 p.p.
“É acertada a decisão do Banco Central de reduzir a Selic em razão de três fatores. O primeiro é a desaceleração do IPCA em 12 meses, inclusive com deflação na área de alimentos", afirma.
A segunda justificativa, segundo ele, é a profundidade da recessão, e o terceiro, é o avanço da PEC do Teto no Senado.
"Esperamos, agora, que haja continuidade da política de redução dos juros”, completa.
SAIBA MAIS
Principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação, a taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).
Quando o Copom aumenta a taxa, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Com a redução dos juros básicos pelo Copom, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação.
No Relatório de Inflação, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerre 2016 em 7,3%.
O mercado financeiro já estima um índice menor. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, a inflação oficial fechará o ano em 6,8%.